O mais profundo de nós

                                                      O mais profundo de nós

                                    

         Imagine uma viagem para o incrível lugar mais profundo de nós … Abre-se a primeira porta, pode-se  observar um imenso espaço que muda a cada segundo, como pequenos relances cotidianos, inusitados, casuais … A única imagem constante é uma estrada posicionada de tal modo a induzir que o viajante deve prosseguir …

         Seguindo por esse caminho é possível  contemplar cada cenário e seus inúmeros personagens no palco da sua mente, desconhecidos e conhecidos, mudando tudo a todo o tempo. Tempo? Não se pode contá-lo neste lugar, pois o mesmo é o único “conhecido” que não pode sofrer diretamente as influências: humanas, divinas e muito menos temporais. O viajante segue seu caminho embebido pelas mais diversas percepções , como que em estado de êxtase, chegando a esquecer seus medos interiores, a ponto de libertar seu Eu para vivenciar essa experiência ímpar intensamente.

        De repente, uma parada abrupta! Oh, uma janela! Isso, no final do longo corredor existe uma janela que se abre aleatoriamente, aliás como praticamente tudo que há neste lugar.O desbravador para, reflete e resolve realizar uma tentativa para pular a janela mesmo que no momento ela se encontre fechada, afinal ninguém domina a abertura da mesma. Sendo assim, absorve toda coragem acumulada e guardada dentro de si durante muito tempo, pois sempre em sua vida se preocupou com a imagem que estaria passando para sociedade se privando muitas vezes da encontrar sua própria felicidade, por medo de errar, se machucar ou perder. Agora é diferente, a situação o instiga a arriscar, então em um ato de coragem corre em direção a janela que se abre como um portal, levando o viajente a uma outra dimensão.

       Nesse ambiente paralelo o inimaginável acontece cotidianamente, todavia encontra em nossos sonhos noturnos uma verdadeira válvula de escape... Um olhar mais atento consegue enxergar uma caixa azul marinho no centro do imenso vazio...

       Finalmente, o nosso desbravador segue lentamente em direção à caixa, se aproxima mais e mais … quando finalmente consegue chegar perto é repelido por uma estranha força invisível...

      Pois é, o que eu quero dizer com isso tudo? Do que eu falo afinal? Aonde quis te levar?

      Esse fantástico mundo leitor, onde seus devaneios mais obscuros podem se tornar realidade, não é o fantástico mundo de Bob,  é o nosso subconsciente! Um ser dentro de um ser, uma verdadeira metamorfose ambulante, onde tudo é possível!! Inclusive a possibilidade de criar e se recriar, rompendo com os clichês e as regras da norma culta padrão do português. Assim surge a arte, fruto do subconsciente subjetivo de cada um que ousou e ainda ousa ousar!!!!

      A segunda reflexão que faço disso tudo é que todos os dias nos deparamos com situações que exigem muito de nós, uma verdadeira coragem de super herói até … rs

Mas o medo, a insegurança, o próprio conjunto de regras sociais nos intimidam! Mas e se você resolver abrir mão desses monstros pessoais e arriscar?! Você pode conquistar seu objetivo ou não, pode ser feliz ou não, o fato é que nada jamais poderá sair perfeito, nem sempre acontecerá o que desejamos, nem sempre chegaremos aonde sonhamos, nem sempre o final fará sentido ou muito menos será feliz , isso é fato!

      Somos seres humanamente humanos e devemos enxergar a perfeição dentro de nossas imperfeições, experimentar sensações, vivenciar o instante e nossa condição de vivos, fazer valer a dádiva do criador que nos ofereceu um coração que nesse instante pulsa e espalha o néctar da vida por todo nosso corpo!  A jogada é nos aceitar enquanto jogadores nesse surpreendente  jogo que é a vida! O que você não pode fazer é ficar  parado esperando que tudo aconteça e chegue aos seus pés … a não ser que utilize um grande imã e  saia atraindo tudo quanto for metal que passar pelo seu caminho … rs

Mas afinal, quem foi que disse que pra ser bom é preciso ter começo, meio e fim?